quarta-feira, 4 de maio de 2016

Programa Saude em Dia - Fisioterapia Domiciliar

Fisioterapia na Atenção Primária à Saúde

A Inserção do Fisioterapeuta no Programa de Saúde da Família

O PSF surgiu no ano de 1994, para atender o núcleo familiar enfrentando os problemas na implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), descentralizando os serviços de acordo com as reais necessidades da população.
O Ministério da Saúde determina que para implantação do PSF deve-se ter uma clientela de, no máximo, 4.500 pessoas e uma equipe composta de no mínimo, um médico, um enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde (BRASIL, 1994). 
O PSF teve como antecedente o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs), lançado em 1991, no qual já se trabalhava a família como unidade de ação programática. Os bons resultados do Pacs, particularmente na redução dos índices de mortalidade infantil, levaram à busca da ampliação e maior resolutividade das ações e, a partir de janeiro de 1994, começaram a ser formadas as primeiras Equipes de Saúde da Família (ESFs) (RONCALLI, 2003).
É de grande importância tornar a “questão” da Fisioterapia acessível a toda população, pois é crescente a quantidade de pessoas nas comunidades, que necessitam deste serviço e não possuem condições, em sua maioria, de  se deslocar para um estágio nas unidades de PSF localizadas em outro bairro que não seja o seu. Para suprir as novas políticas de saúde, fazem-se necessárias mudanças ou até mesmo “reformas” na formação dos recursos humanos, adaptando-os a nova realidade do "tratar em saúde". Trata-se de um processo de transformação complexo, que deve ser iniciado durante a graduação e manter-se como um processo de educação continuada após a inserção deste profissional no mercado de trabalho. Faz-se necessário também ressaltar a necessidade da Fisioterapia na atenção primária de saúde não apenas com a reabilitação, como também no sentido de ações educativas (RIBEIRO, 2002).  
Embora, o fisioterapeuta tenha sua atuação historicamente construída na reabilitação, é possível atuar na promoção e manutenção da saúde, a partir de uma compreensão mais abrangente sobre os determinantes sociais do processo saúde-doença e da necessidade de uma atuação comprometida com conquistas sociais. Inclusive porque, na Fisioterapia, é indissociável a atuação na recuperação e na prevenção, ou seja, no tratamento de recuperação da disfunção do paciente, sempre é realizado o trabalho preventivo de forma concomitante. Portanto, as possibilidades de atuação não devem se restringir às concepções tradicionalmente facultadas a esse profissional. Além da utilização de recursos terapêuticos específicos, em especial a cinesioterapia e os recursos terapêuticos manuais, é de fundamental importância que sua atuação possa interferir no meio em que o usuário vive, da forma mais ampla possível, visando maior integração com a estrutura física de sua residência e a facilitação da convivência diária com seus familiares. “A atuação do fisioterapeuta como ação indispensável no atendimento da população inserida no Programa de Saúde da Família” Essa é a proposta do Projeto de Lei (PL) 3256, apresentado em 2004. O PL prevê a obrigatoriedade da inserção desses profissionais nas equipes do PSF, entendendo que essa obrigatoriedade é fundamental para garantir o acesso à população brasileira aos "meios e técnicas necessários para a resolução de problemas relacionados a esta especialidade" (AGÊNCIA COFFITO, 2008).

FONTE: C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.3, n.1, p.12-29, jan./dez. 2010
                Inserção do fisioterapeuta no programa de saúde da família: uma proposta ética e cidadã